TEORIA DA INTEGRAÇÃO SOCIAL
Durkheim
O conceito de integração tem sido usado na forma como um indivíduo se sente como membro de um grupo social, e por partilhar as suas normas, valores e crenças. O termo integração é usado frequentemente como sinónimo de coesão, unidade, ajustamento e harmonia, mas não é sinónimo de homogeneidade na sociedade e na cultura, porque a diferenciação é uma qualidade essencial das relações sociais. A integração social não apaga as diferenças, apenas as coordena e orienta.
Segundo a perspectiva de Durkheim, a integração social promove um sentido de significado e de propósito para a vida (Durkheim, 1991). Isto é, a integração social leva ao suporte social, protegendo a pessoa contra problemas que podem levar a comportamentos desviantes. Neste sentido, a integração social acontece através de um comprometimento que as pessoas têm com a ordem social, que vem exercer controlo sobre o comportamento dos indivíduos. Além disso, a integração social pode ainda ser medida através da frequência e da intensidade dos contactos sociais. Estes contactos, por sua vez, também reforçam o sentimento de pertença dos indivíduos face à sociedade, o que afecta positivamente a sua saúde. No entanto, esta integração social com base na frequência dos contactos pode trazer efeitos negativos na saúde dos indivíduos, mas isso tem que ser medido pela qualidade dos contactos e não só pela quantidade.
No geral, esta perspectiva assume que a frequência dos contactos promove bem-estar aos indivíduos.
Segundo outros autores, o modo como as relações sociais têm um efeito na saúde dos idosos nas sociedades modernas, pode ser explicada por outras teorias, e não só pela teorias da integração social. Su e Ferraro (1977), num estudo comparativo entre 4 nações diferentes, concluem que é evidente a importância das redes de integração social na formação do acesso à saúde.
TEORIA DAS TROCAS
Peter Blau
Uma outra perpectiva que trata desta questão é a Teoria das Trocas, de onde se destaca Peter Blau, figura de proa da teoria interaccionista numa vertente individualista. Nesta teoria a interacção entre os indivíduos pode ser caracterizada como uma tentativa de maximizar recompensas e reduzir custos, materiais ou imateriais. A família é tida como elemento fundamental enquanto espaço de trocas e interacções (Giddens, 2004).
Existem algumas ideias pré-concebidas como a de que os idosos vivem no isolamento, ou que as relações entre gerações reduziram imenso (isto se tivermos em conta que os núcleos mais jovens se afastaram geográfica e socialmente das suas redes de parentesco). O processo de industrialização segmentou a família e isolou-a da rede de parentesco, devido à sua mobilidade social e geográfica, mas a interacção existiu sempre. Ou seja, os indivíduos acham que as interacções são compensadoras.
Peter Blau explica a existência de outros determinantes para definir as recompensas, tais como os valores sociais. Entre a troca e o poder, existem 4 recursos que podem ser avaliados:
O dinheiro
A Aceitação social
A estima (ou respeito)
A aprovação social.
Assim, o lucro que uma pessoa tem com a troca social é equivalente à diferença entre recompensas menos custos. Faz sentido afirmar que a teoria das trocas é a interacção entre duas ou mais pessoas, e tornar-se-á positiva caso todos os indivíduos lucrem com esta interacção, e que haja um balanço equilibrado nas trocas sociais.
No que concerne ao envelhecimento, a teoria das trocas aplica-se principalmente através de pesquisas sobre a família, avaliando o decréscimo nas interacções sociais entre jovens e idosos, o que acontece quando os idosos têm menos recursos com que contribuir em situações de trocas entre gerações. Assim, tem por base a relação que o envelhecimento estabelece com a diminuição dos recursos, por terem pouco para trocar, podendo estar afectados pela modernização social ou problemas de saúde (Giddens, 2004).
Portanto, quanto maior for o capital cultural ou económico que um idoso possa transmitir à sua família, maiores são as hipóteses de solidificar a solidariedade no seio familiar e a sua dependência ser positiva, sem terem a sensação de constituírem uma "carga".
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